e eu acho até que poderia pegar um copo, colocar um pouquinho de água e fazer uma pequena tempestade dentro dele. seria justificável, eu teria as razões na ponta da língua para todas as argumentações e eu seria capaz de convencer o mundo da minha injúria, sobre a qual todos consentiriam balançando a cabeça, compadecidos. mas não faz muito meu estilo, sabe. admitir a fraqueza, receber a pena dos olhares dos meus amigos mais uma vez, ah isso eu não suportaria mais, me ver mesquinha, pobre e enraivecida denovo, e porque? por causa de palavras? palavras nada valem, meu bem. vale mais quando não é preciso dizer para se fazer entender; admito: prefiro o mistério do silêncio que, se vale alguma coisa nesse mundo, acaba virando certeza. eu vi com meus olhos que o silêncio vale mais e se não saio por aí desgraçando as minhas boas lembranças e soltando pragas ao vento para que as leve até você, também sei o quanto custa guardar uma tempestade dentro de mim. entretanto, não sou ingrata. simplesmente não quero soltar, não vou entregar, os urubus que rodeiem outro corpo em busca de carniça porque esse aqui, ainda está vivo. ainda. ninguém me ouvirá dizer um "ai" de reclamação, nem mesmo você e caso perguntem, está tudo ótimo comigo.
então, neste caso, baby, eu prefiro pegar um copo, encher de cerveja e fazer uma pequena festa com ele. e para não perder a tradição de séculos de bohemia, eu faço um brinde: felicidades ao casal! eu desejo que vocês sejam muito felizes dessa vez! e de todas as próximas também! um brinde ao casal!