terça-feira, 7 de abril de 2009

sobre o tempo no rio I

e agora, agora eu me sinto num estado de calma, muita calma no ar. é como ver que uma tempestade está prestes a desabar, e muito serena, esquento a água, faço um chá, sento na varanda e acendo um cigarro. sem sofrimentos, sem expectativas esquizofrênicas parafuseando o cérebro, sem culpa; apenas um espaço preenchido de amor, e dos puros. um amor assim destilado, guardado em barril de carvalho enquanto apura o seu sabor.ouvi dizer que a paixão só traz sofrimento, os budistas dizem isso? que a fonte da dor é o desejo. e não sei se as coisas funcionam bem assim, quer dizer, foi shakespeare que disse? "mostre-me um homem que não seja escravo de suas paixões", foi ele? foda-se. eu sempre achei que a paixão é o que movimenta o homem, é ela que faz as coisas acontecerem, mas peraí cara-pálida, aonde as tuas paixões tem te levado? quilômetros e mais quilômetros depois, ainda sinto o quanto foi importante cada centímetro percorrido por causa da paixão, mas quer dizer, é fatal. o que eu tô tentando dizer tão imbecilmente aqui é que troquei a paixão pelo amor. e me sinto imensamente recompensada. acho que atingi um grau de amor que não espera respostas, que é completo e harmônico, e vive porque é um organismo perfeito e auto-sustentável.ah, sim. chove muito no rio agora. e sinto tanto sono, mas não tomei nada, juro.

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