sábado, 11 de dezembro de 2010

o dia

o que dizer deste tempo ? muito além do que se verbaliza, percebo que não possuo mais fugas planejadas. e que também não há mais as estruturas que antes havia, as pessoas já não se encontram mais e se me perguntam o porquê, digo apenas "tá namorando", "tá trabalhando", "casou" e lembro calada dentro de mim da justificativa que me oferecestes "que isso é preciso". não entendo mas não me prendo, não agora, uma inconveniência seria. não entendo mas já não depende de mim, seguirá sem mim até onde fores mais longe ainda irá. tudo seguirá e eu não posso ficar, seria arrastada, no mínimo, por tudo isso. por isso vou indo, ainda no meu ritmo, um pouco mais íntimo por causa da solidão, e mais temperado de horas, de minutos, segundos seguindo... o que fazer com a vida ? experimentar morrer, por alguns segundos, aqueles perdidos que tanto perguntamos, com sede, saber com o que gastar... pra morrer, os minutos são infindos e não são bons de se sentir passar. o que fazer da vida uma música, pois na hora exata de se morrer não toca música nenhuma, música é pra viver. e se respirar. procuro não pensar mais em passados extraviados pelo dia, esses restos não se sabe onde enfia. só penso no dia, unicamente no dia, de fazer as coisinhas de casa no dia e depois encontrar tempo pra pensar no dia e ver a cor do céu no dia e daí perceber como será o dia, quando acordo mentalizo o nada e se tiver sorte minha irmã dará bom dia, e se assim for, aí... é só seguir o dia, a manhã, a luz do céu cegando os olhos que procuram o azul da matina... e respirar, forte de vida. saber onde achar vida.
o que dizer depois de tanto tempo ? que muita coisa ocorreu, que minha esperança morreu ? não. direi que minha alegria é mais humilde e a perda humana, a séria falta das pessoas que eram pilares magistrais, deve ser vista como é: aprender a ser por si só. e procurar aonde seja aquela velha maneira de ser, ter fé na vida e entender nada, absolutamente nada porque fé é isso. não entender nada e ir.
e não sei pra onde vou, o que será depois de amanhã, não sei. o sol me cega e daí corro pelas horas, o dia azul, dia de verão, dezembro matando em cima e você correndo de dezembro, fingindo que é assim ainda um setembro. vamos seguindo malandramente pelo Rio. esse Rio de meu Deus do céu, o que será. planejo fugir pra sentir saudades e voltar a ti, jurando amor eterno, assim de um jeito bobo pra ti, Rio. volto sorrindo! me espera...
não importa o quanto se altere, o quanto de pessoas me reneguem e o quanto horas vendo a loucura se apossar irão durar, não importará. fé na vida virá, na estrada caminhar, andar pra não parar no mesmo lugar, ver ficar, ver partir e não parar pra pensar, apenas pensar no dia, somente no dia azul, no azul da manhã do dia que chegará.

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