então, é isso. está tudo acabado para mim. onde fantasiar minha felicidade se o álcool já não me afeta mais? como forjar minha segurança amorosa se ao beber continuo triste, feia e sóbria? como fazê-los acreditar na minha maturidade emocional se ao me ver, todos sabem que em mim já não há mais coração que bata? estou perdida. não sei mais o quê nem quanto beber para me alegrar. a cerveja do fim de todos os dias, a vodka das noites de frio, o vinho para a lua cheia, a cachaça brejeira, nem os drinks de absinto nem a nossa paixão brasileira, a caipirinha, nada. me sinto desolada e mais só do que nunca estive. poderia perder meus amores - como perdi -, meus amigos e até minha vontade de viver, mas para tudo isso existiria sempre um copo de cerveja para me ajudar a engolir o choro. a vida agora deve ser levada com sobriedade e sem nenhuma graça, daquela felicidade embutida nas tão amadas garrafas. onde foi que perdi minha embriaguez? ficarei por aí como quem não vê, não ouve, não vive. estarei incógnita e invisível para os outros, não terei mais cores. sofrerei dessa separação por completo, sem anestesias nem fantasias. poderiam ter me levado tudo, menos o meu torpor, mas m'o tiraram e em troca deixaram apenas uma enorme dose de realidade. que ainda não tive coragem de beber, apenas provei e não me agradou muito o paladar. nem poderia. deus deve estar tentando me reabilitar forçosamente, depois de ver que de nada adiantaria colocar pedras de "aprendizagem" no meu caminho, nem mandar avisos. castigo, mandinga, seja o que for, por favor, me tragam devolta minha ilusão. há possibilidade de recompensa.
por agora, não sei o que fazer.
ps.: na verdade acho que lembro onde perdi minha embriaguez. mas acho que não há possibilidade de reavê-la, porque esse era o pior castigo que alguém poderia me dar, e assim o fez. arranque meu coração, meu orgulho, minha fé no amor... mas devolva minha embriaguez, por favor.
domingo, 6 de setembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário