quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

carnaval

taí o carnaval. todos vestem as fantasias que melhor lhe cabem, mas a maioria mesmo quer é ser malandro, mesmo que a tal pessoa não fique muito bem trajando branco. não tem jeito e eu que me foda. ou não, quer dizer, às vezes é até melhor ficar fora de certas coisas, ser passada pra trás. o samba ainda é a melhor parte e continuará sendo por todo o resto de mundo o meu conforto. só que neste carnaval o meu samba não vai atravessar a avenida, nem desfilar pelos blocos nas ruas e esquinas desse rio de janeiro, não... o meu samba vai chorar bonito nas cordas de um violão, quem sabe do cartola ou do noel rosa. eu sei reconhecer a hora da retirada, agora, pra ontem. essa jogação descompensada não está mais funcionando pra mim, admito. estou pedindo a conta do bar, meu amigo.
meus sonhos me contaram que em algum lugar - ou em vários - alguém se esquece de mim e me estranha como se nunca tivesse me conhecido. sei que não tenho mais aquele jeito menina de ser e que ganhei algumas rugas nestes últimos meses, fiquei mais feia e ninguém mais acha que eu tenho menos idade do que realmente tenho; coisa triste. uma hora a gente tem que aprender a ter medo de amar e, no meu caso, mais de uma pessoa foi responsável por isso, acelerou tudo. amadurecer é aprender a ter medo, pergunte ao pirralho mais próximo de ti. eu sei que estou muito chata e desacreditada, não queria, mas quando se envelhece dez anos em poucos meses... rolam alguns efeitos colaterais.
mas é carnaval! o que fazer com o som dos batuques que estarão por toda parte? como não sair sambando por aí? o copo na mão, chinelo no pé, chapéu na cabeça. eu vou, eu vou, eu ainda não consigo sair deste boteco com uma conta deste tamanho pendurada. o que tem é coisa pra eu pagar e apagar aqui. quanta bagunça pra arrumar! no carnaval não dá... mas quando chegar a quarta-feira de cinzas, aí sim! uma casa inteira pra arrumar sozinha, novos cortes e cores no cabelo, um bronzeado na pele, pessoas realmente importantes para amar, fred e bernardo pra cuidar, tudo novo. meu maior desejo pra esse ano (que, claro, só começa depois do carnaval) ? me achar perdida pelas cinzas na quarta-feira.
bandeira branca, MEU amor.

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