e começo a perder os sentidos novamente. mas dessa vez não é tão avassalador e não dura um dia como antes; que em geral eram os de TPM. perco os sentidos aos poucos, durantes as horas, os dias, enquanto sinto preguiça de ir aos compromissos, sentindo repulsa pelo caos desta cidade, não cabendo dentro de mim. e me pergunto o que teria desencadeado tudo isso? achei que estava bem, e realmente estava ótima, sentindo paz no coração. mas tudo se reverteu. para as constantes dúvidas não há respostas, só o infinito vazio. minha cabeça foi baqueada por alguma coisa (qual o motivo?) e agora preciso reformular minhas estruturas. mas é tão difícil quando tudo te empurra para o lado B da vida. abandonar o que se ama talvez seja um motivo, mas achei que estava fazendo a coisa certa, no calor das horas, me pareceu certo desistir e abrir caminho denovo pra o que quer que seja. agora penso que, por mais que me consumisse, o amor era o sentido de viver minha vida. e só dava passos por causa dele, e só respirava porque precisava viver por ele. mas caí na tentação dos pensamentos tortos, mas confortáveis, de que o melhor a se fazer era esquecer. ainda acho que sim, mas será que perco os sentidos denovo por que joguei fora talvez a única razão pela qual caminhava? não sei. mas preciso de motivos (não cante tim maia agora, por favor), outros, que me façam andar pra frente, avante. mas só me cansa olhar em volta. as coisas, todas elas, perderam a graça. meus olhos estão nublados para o mundo, eu sei que está em mim. agora quero pilares, quero chão, quero ter porquês.
sei que um dia terei as respostas, só não queria ter que morrer para sabê-las. você sabe, essas verdades que escondem da gente, pelos cantos, as outras pessoas. o segredo do capitalismo, os outros planetas, a surgimento da vida, a astrologia, a verdade sobre o amor, extraterrestres, espíritos, a metafísica e o livre-arbítrio, religião, drogas; todas essas verdades.
eu parei em um ponto onde se escolhem caminhos. mas eu queria apenas ficar aqui nesta encruzilhada, esquentar uma água, fazer um chá, fumar alguma coisa, ver a tempestade chegar e não fugir da chuva, ver o céu ficando claro denovo. mas não posso fazer isso, é claro. existe aquela coisa toda do futuro. foi isso. o amor não utiliza esse tempo verbal e esses advérbios. eu quero saber é do agora, da efemeridade. mas estamos perdidos no passado, de qualquer maneira. dentro de mim insiste aquela esperança vergonhosa e ridícula de um talvez, quem sabe, e se. mas sabemos, estamos perdidos. e mais: não tenho dinheiro. numa situação normal, iria ao shopping gastar uma grana com besteiras, e me sentiria melhor. mas a crise.
será que há chances de voltar ao início? um restart? um load game? quantas vidas? se eu praticasse otimismo, diria que sempre há uma chance de se recomeçar. mas estou velha e desacredito nessas coisas. cada dia mais me convenço que nasci sozinha pra viver como um bicho. e que não admito invasões no meu território. e que ao invés de amores, procuro brigas. e sempre perco, sempre saio de cabeça baixa com o rabo entre as pernas. e a valentia de sair pelo mundo em busca do amor, te serviu pra quê? pra voltar pra casa sozinha e cansada. e aquela coragem? aquela vontade de viver tudo o que a vida tinha pra te dar? foi equívoco, impensado; a vida não é justa. e o amor? não foi o bastante.
segunda-feira, 16 de março de 2009
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